Em Atos 27 lemos uma das histórias mais emocionantes do Novo Testamento, a viagem de Paulo à Roma. No enredo, lemos sobre o naufrágio e sua permanência na ilha de Malta. O naufrágio de Paulo é uma das histórias mais emblemáticas de Atos.
Como pudemos ler desde o capítulo 25 deste estudo bíblico sobre o livro de Atos dos Apóstolos, Paulo estava sendo julgado pelo governador Festo, quando solicitou que fosse enviado à Roma, para ser julgado na Itália.
A utilização da segunda pessoa no plural indica que Lucas estava com Paulo na viagem a Roma. O centurião era o chefe de cem soldados.
O termo adramitino, que aparece no segundo versículo, refere-se ao porto de Adramita, porto ao sul de Trôade, na costa Oeste asiática, onde se encontra a Turquia, atualmente.
O termo “sob a proteção”, usada em Atos 27:4, foi utilizado porque os ventos predominantes no início do outono eram os vindos do Noroeste. Este vento, soprando no sentido oposto, dificultou a saída do navio em mar aberto. O navio circundou a costa leste do Chipre, seguindo para o norte, à costa da Cilícia, e, em seguida, foi levado para o Oeste. O navio permaneceu a alguns quilômetros da costa por todo este tempo.
No versículo seis, lemos que todos foram transportados para um navio egípcio que transportava cereais. Essa comprovação pode ser feita ao lermos o versículo 38.
No versículo nove, é mencionado o dia do Jejum, data importante do calendário judaico. Para saber sobre o dia do jejum é possível realizar uma busca em Levíticos 16:29-31e Números 29:7 – provavelmente refere-se a algum período entre setembro e outubro. O jejum mencionado era o referente ao Dia da Expiação. Segundo estudos bíblicos, caso esta viagem de Paulo tenha ocorrido em 59 DC, provavelmente a data da viagem é 5 de outubro. Isso significa que Paulo saiu de Cesaréia entre agosto e setembro e só chegou em Roma em março do ano seguinte.
A partir do versículo 10, o autor relata a viagem cheia de perigos. Uma curiosidade bíblica é que o vento contrário, narrado em Atos 27:7, atrasou o navio até outono, quando a navegação tornou-se perigosa. Como estavam no final da estação, Paulo pode prever que a viagem seria trabalhosa.
O versículo 14 menciona o vento Euroaquilão, palavra grego-latina, que indicava este vento perigoso de leste-nordeste.
Outra boa curiosidade bíblica, em Atos 27:16 e 17, é sobre o bote mencionado, também chamado de escaler. Tratava-se de uma pequena embarcação que fica no navio e era utilizado em ocasiões que o navio não podia ancorar em águas rasas. Ainda no versículo 17, Lucas menciona o medo de que o navio fosse até Sirte, que era um banco de areia parto da costa africana, a oeste de Cirene. Ao mencionar que recolheram o bote a muito custo, o autor indica que o bote estava, provavelmente, cheio de água. Possivelmente, os marinheiros tiveram que improvisar cordas entrelaçadas para firmar a “carcaça” do navio.
No versículo 19, o autor menciona que jogaram fora a armação do navio, este termo era usado para designar tudo o que acrescentava peso ao navio.
Uma curiosidade bíblica é que o mar Adriático, mencionado em Atos 27:27, abrangia uma região diferente da atual. Isso porque naquela época também era considerado parte do mar Adriático uma área a leste da Silícia, no Mediterrâneo.
No versículo 28, é mencionado as braças, cada uma equivale a 1,80 metros.
A artimanha dos marinheiros, descrita no versículo 30, ocorreu porque eles acreditavam que teriam mais chances de sobreviver se ficassem longe dos passageiros.
Como podemos ler entre os versículos 31 e 36, Paulo assumiu certa posição privilegiada na embarcação.
O objetivo de aliviar o navio era para que a embarcação se tornasse mais leve, consequentemente, mais elevado para fora da água, podendo se aproximar na costa o máximo possível, antes de encalhar.
O lugar onde duas correntes se encontravam, mencionado no versículo 41, refere-se a um baixo ao norte de Malta, nomeado Baía de São Paulo por volta de 60 DC, após a visita de Paulo. Os moradores daquela ilha se converteram ao cristianismo.
Uma curiosidade histórica é que caso os prisioneiros do navio fugissem, os soldados seriam executados. Por isso, a preocupação em não deixá-los fugir, como podemos ler nos versículos 42 e 43.
No final de Atos 27, Lucas menciona que alguns se salvaram em tábuas, provavelmente, referindo-se a pedaços do navio avariado.
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Excelente estudo, Aleluias a Jesus :)