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Como lidar com crianças tímidas no departamento infantil evangélico

Para boa parte dos professores do departamento infantil evangélico, lidar com crianças não faz parte de sua rotina profissional, pois a maioria deles não são professores e não possuem formação na área da pedagogia, por isso, quando precisam lidar com as crianças enfrentam uma série de dificuldades. Claro que, com o tempo, aprende-se a administrar cada situação, cada criança e passamos a confiar mais em nós mesmo e, acima de tudo, no Espírito Santo que nos auxilia em toda obra. Este é um bom texto para levar aos líderes e professores do departamento infantil evangélico de sua igreja, pois separamos algumas dicas simples, pontuais, mas que podem auxiliar muito aqueles que não têm tanto conhecimento técnico para lidar com a situação.  

Para este texto selecionamos algumas dicas para que os professores da EBD Infantil possam identificar crianças tímidas e saibam lidar com elas sem constrange-las. Muitas vezes, quando a criança é muito tímida, isso pode prejudicar seu aprendizado. O medo de ter que se expor, ou o medo de errar, pode fazer a criança perder o interesse no aprendizado. Isso pode ocorrer na escola comum e no departamento infantil evangélico. O primeiro passo para lidarmos com a situação é ter a sabedoria e ajuda do Espírito Santo para lidar com as pessoas. Sabemos que o amor de Cristo não constrange. Somente quando referia-se aos religiosos seus discursos eram de correção. 


O que é timidez 

Não devemos enxergar essa timidez como um pecado. Muitas vezes usamos Apocalipse 21:8 para confrontar a timidez. A versão Almeida Corrigida traz o seguinte texto: 

Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte. Apocalipse 21:8 

No entanto, o termo original em grego DEILÓS é mais apropriado para apontar covardia e medo. O que podemos entender da mensagem é que não podemos ter medo de testemunhar a fé. Em nenhum sentido a timidez, como traço de personalidade é apontado como pecado. Tanto que a versão Almeida Revisada e traduções dinâmicas, como a Nova Versão Internacional já trazem os termos medrosos e covardes, respectivamente. 

Não vamos nos aprofundar na terminologia de timidez, mas queremos apenas mostrar que não podemos apontar a timidez das crianças como um pecado, pois muitos professores “amedrontam” seus alunos dizendo que “os tímidos não entrarão no reino dos Céus”. 

Não exponha a criança 

A primeira dica pode parecer óbvia, mas algumas vezes, sem perceber, o professor acaba expondo os alunos tímidos em situações desconfortáveis. Em, quase sempre, o professor do departamento infantil evangélico faz isso com boa intenção, sem perceber. Às vezes, com o intuito de incentivar e dar oportunidade às crianças que quase não participam, o professor acaba fazendo perguntas e pedindo auxílio justamente desses alunos tímidos. O professor deve mostrar-se um parceiro. Quando expomos as crianças a situações que elas não querem, estamos demonstrando que menosprezamos seus sentimentos. Se uma criança diz que tem vergonha de ler em voz alta, mas a gente diz que “isso é besteira”, e que ela deve “parar de frescura”, por exemplo, estamos indicando que não nos importamos com seus sentimentos. 

A melhor alternativa é sempre conversar com a criança em voz baixa para tentar descobrir como podemos ajudá-la a fazer algo que ela sente vergonha. Se você pretende chama-la para ler, por exemplo, converse com ela antes da aula, explique que você vaia ajuda-la, diga coisas como “O texto é curtinho, é que você lê muito bem, você tem uma voz bonita etc.”, assim você pode convence-la a fazer algo, pois ela vai se sentir confiante para executar a tarefa. Outra dica é começar chamando-a para fazer pequenas coisas. Ao invés de ler alto, peça para que ela te leve a bíblia. Ela pode te ajudar a organizar as figuras do flanelógrafo, separar algo que você vai distribuir e assim por diante. Comece com tarefas que sejam úteis, mas que não precisam ser feitas, necessariamente, na frente de todos. 

Converse bastante 

Outra dica simples é conversar bastante com a criança antes tomar qualquer atitude. Lembre-se que ela voltará em outras aulas e você tem que ganhar sua confiança primeiro. Se a criança for visitante, faça com que ela se sinta à vontade. Não a force a se comportar como as demais. Lembre-se que as crianças que frequentam a igreja já conhecem a rotina das aulas e sabem muitas coisas que a criança visitante não sabe. Por isso, não force nenhuma participação da criança visitante. Apenas converse, faça perguntas que elas possam conversar. Procure saber o que ela gosta de fazer, de ver na televisão ou jogos que gosta de jogar. Depois pergunte mais sobre isso, evite dizer coisas como “este desenho é muito violento, jogos de luta não são de Deus” e coisas deste tipo. Se a criança é visitante, em primeiro lugar, a responsabilidade de criação dela é dos pais; você está no departamento infantil evangélico para dar aulas bíblicas e não para educar as crianças. 

Mesmo com as crianças que já frequentam a igreja, a conversa é o melhor caminho. Sempre que possível, converse com essas crianças tímidas em voz baixa, não aponte falhas ou defeitos e demonstre sempre interesse no que falam. 

Evite comparações 

Evite comparações em suas aulas do departamento infantil evangélico. Dizer que fulano ajudou, que o João fez ou que a Maria ajudou em tal coisa. Aliás, as comparações em geral são sempre perigosas. Lembre-se dos irmãos Esaú e Jacó. A mãe tinha preferência por um deles, o que causou uma grande confusão entre eles. Este costume é mais comum nos pais, que comparam seus filhos com os filhos de outras pessoas. “Você não vê como o fulano mete a cara nos estudos”. Esta comparação ao invés de estimular, só vai deixar a criança ainda mais menosprezada. Esperamos que essas dicas simples sejam úteis ao departamento infantil evangélico de sua igreja. Se você é pai ou mãe, não deixe de levar este texto aos líderes da EBD Infantil de sua igreja, pois, certamente, será de grande valia. 

Este texto teve como base: 

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