fbpx

Como lidar com crianças tímidas no departamento infantil evangélico 

Como lidar com crianças tímidas no departamento infantil evangélico 

Para boa parte dos professores do departamento infantil evangélico, lidar com crianças não faz parte de sua rotina profissional, pois a maioria deles não são professores e não possuem formação na área da pedagogia, por isso, quando precisam lidar com as crianças enfrentam uma série de dificuldades. Claro que, com o tempo, aprende-se a administrar cada situação, cada criança e passamos a confiar mais em nós mesmo e, acima de tudo, no Espírito Santo que nos auxilia em toda obra. Este é um bom texto para levar aos líderes e professores do departamento infantil evangélico de sua igreja, pois separamos algumas dicas simples, pontuais, mas que podem auxiliar muito aqueles que não têm tanto conhecimento técnico para lidar com a situação.  

Para este texto selecionamos algumas dicas para que os professores da EBD Infantil possam identificar crianças tímidas e saibam lidar com elas sem constrange-las. Muitas vezes, quando a criança é muito tímida, isso pode prejudicar seu aprendizado. O medo de ter que se expor, ou o medo de errar, pode fazer a criança perder o interesse no aprendizado. Isso pode ocorrer na escola comum e no departamento infantil evangélico. O primeiro passo para lidarmos com a situação é ter a sabedoria e ajuda do Espírito Santo para lidar com as pessoas. Sabemos que o amor de Cristo não constrange. Somente quando referia-se aos religiosos seus discursos eram de correção. 


O que é timidez 

Não devemos enxergar essa timidez como um pecado. Muitas vezes usamos Apocalipse 21:8 para confrontar a timidez. A versão Almeida Corrigida traz o seguinte texto: 

Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte. Apocalipse 21:8 

No entanto, o termo original em grego DEILÓS é mais apropriado para apontar covardia e medo. O que podemos entender da mensagem é que não podemos ter medo de testemunhar a fé. Em nenhum sentido a timidez, como traço de personalidade é apontado como pecado. Tanto que a versão Almeida Revisada e traduções dinâmicas, como a Nova Versão Internacional já trazem os termos medrosos e covardes, respectivamente. 

Não vamos nos aprofundar na terminologia de timidez, mas queremos apenas mostrar que não podemos apontar a timidez das crianças como um pecado, pois muitos professores “amedrontam” seus alunos dizendo que “os tímidos não entrarão no reino dos Céus”. 

Não exponha a criança 

A primeira dica pode parecer óbvia, mas algumas vezes, sem perceber, o professor acaba expondo os alunos tímidos em situações desconfortáveis. Em, quase sempre, o professor do departamento infantil evangélico faz isso com boa intenção, sem perceber. Às vezes, com o intuito de incentivar e dar oportunidade às crianças que quase não participam, o professor acaba fazendo perguntas e pedindo auxílio justamente desses alunos tímidos. O professor deve mostrar-se um parceiro. Quando expomos as crianças a situações que elas não querem, estamos demonstrando que menosprezamos seus sentimentos. Se uma criança diz que tem vergonha de ler em voz alta, mas a gente diz que “isso é besteira”, e que ela deve “parar de frescura”, por exemplo, estamos indicando que não nos importamos com seus sentimentos. 

A melhor alternativa é sempre conversar com a criança em voz baixa para tentar descobrir como podemos ajudá-la a fazer algo que ela sente vergonha. Se você pretende chama-la para ler, por exemplo, converse com ela antes da aula, explique que você vaia ajuda-la, diga coisas como “O texto é curtinho, é que você lê muito bem, você tem uma voz bonita etc.”, assim você pode convence-la a fazer algo, pois ela vai se sentir confiante para executar a tarefa. Outra dica é começar chamando-a para fazer pequenas coisas. Ao invés de ler alto, peça para que ela te leve a bíblia. Ela pode te ajudar a organizar as figuras do flanelógrafo, separar algo que você vai distribuir e assim por diante. Comece com tarefas que sejam úteis, mas que não precisam ser feitas, necessariamente, na frente de todos. 

Converse bastante 

Outra dica simples é conversar bastante com a criança antes tomar qualquer atitude. Lembre-se que ela voltará em outras aulas e você tem que ganhar sua confiança primeiro. Se a criança for visitante, faça com que ela se sinta à vontade. Não a force a se comportar como as demais. Lembre-se que as crianças que frequentam a igreja já conhecem a rotina das aulas e sabem muitas coisas que a criança visitante não sabe. Por isso, não force nenhuma participação da criança visitante. Apenas converse, faça perguntas que elas possam conversar. Procure saber o que ela gosta de fazer, de ver na televisão ou jogos que gosta de jogar. Depois pergunte mais sobre isso, evite dizer coisas como “este desenho é muito violento, jogos de luta não são de Deus” e coisas deste tipo. Se a criança é visitante, em primeiro lugar, a responsabilidade de criação dela é dos pais; você está no departamento infantil evangélico para dar aulas bíblicas e não para educar as crianças. 

Mesmo com as crianças que já frequentam a igreja, a conversa é o melhor caminho. Sempre que possível, converse com essas crianças tímidas em voz baixa, não aponte falhas ou defeitos e demonstre sempre interesse no que falam. 

Evite comparações 

Evite comparações em suas aulas do departamento infantil evangélico. Dizer que fulano ajudou, que o João fez ou que a Maria ajudou em tal coisa. Aliás, as comparações em geral são sempre perigosas. Lembre-se dos irmãos Esaú e Jacó. A mãe tinha preferência por um deles, o que causou uma grande confusão entre eles. Este costume é mais comum nos pais, que comparam seus filhos com os filhos de outras pessoas. “Você não vê como o fulano mete a cara nos estudos”. Esta comparação ao invés de estimular, só vai deixar a criança ainda mais menosprezada. Esperamos que essas dicas simples sejam úteis ao departamento infantil evangélico de sua igreja. Se você é pai ou mãe, não deixe de levar este texto aos líderes da EBD Infantil de sua igreja, pois, certamente, será de grande valia. 

Este texto teve como base: 

 Leia também:

 
Compartilhe

2 comentários sobre “Como lidar com crianças tímidas no departamento infantil evangélico 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *