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Conhecendo o mundo na época de Abraão 

Conhecendo o mundo na época de Abraão 

Neste estudo, vamos entender um pouco melhor como era viver na época de Abraão. Para quem gosta de curiosidades, arqueologia e história, este é um bom texto para compreendermos as relações e costumes culturais de quatro, seis e até oito mil anos atrás. Conhecer a vida nos tempos dos patriarcas é uma ótima maneira de entender melhor as escrituras e seus ensinamentos. Algumas expressões como “odre da fumaça” passam desapercebidas em nossa leitura, mas quando compreendemos o que era um odre da fumaça, temos noção maior da poesia desta analogia. Esperamos que este estudo ajude você a compreender como era a rotina de vida dos profetas mais antigos relatados na Bíblia. Você vai se surpreender ao descobrir, por exemplo, o que é um odre; e perceber que é algo totalmente inviável para os dias de hoje.

A maior referência para este estudo é um episódio do extinto programa Evidências, transmitido em 2012 na rede Bom Tempo de Televisão. O arqueólogo Rodrigo Silva nos revela uma série de curiosidades e informações sobre a vida na época de Abraão e dos patriarcas. Com estudos simples, mas eficientes, podemos obter informações preciosas para nossa fé, e até mesmo para complementar algum sermão, uma pregação, ou, claro, um estudo bíblico particular. Recomendamos este estudo sobre o mundo nos tempos de Abraão para quem é realmente apaixonado pelo Criador, pois essas informações nos fazem compreender melhor o cuidado e o amor que Ele tem por nossas vidas, desde os tempos remotos.

Atualmente, uma das formas mais eficientes de compreendermos melhor como era vida nos tempos dos patriarcas, ou de Jesus, é conversas e estudar a vida dos beduínos, um grupo de pessoas que vive no deserto e mantém a maioria dos costumes daquela época.



As dracmas

Em uma das parábolas mais conhecidas de Jesus, ele fala da dracma perdida. Podemos ler este ensinamento em Lucas 15:8 a 10. As dracmas eram pequenas moedas usadas para decorar, adornar, os enfeites de cabelo das mulheres. No vídeo, podemos ver um desses enfeites que estão em exposição. As dracmas, aliás, eram usadas não penas nos enfeites de cabelo, mas em quase todo adorno feminino, como pulseiras e colares. Uma curiosidade muito importante, explicada pelo arqueólogo Rodrigo Silva é que essas dracmas têm relação direta com o dote do casamento. No dia do casamento, a noiva recebia o dote, essas moedas, de seu pai para guardar para possíveis dias difíceis. Assim, caso ficasse viúva, ou passasse por qualquer outra situação de perigo, a mulher poderia usar este dote, essas moedas (dracmas), para vender e conseguir se sustentar.

Na parábola da dracma perdida, Jesus menciona o “desespero” da mulher em achar a dracma porque, naquela época, perder uma dracma significava muito para a mulher. Não era apenas uma questão de enfeite, mas era a garantia de seu futuro.

Tendas na época de Abraão

Outra característica marcante dos beduínos que remetem aos tempos remotos é a utilização de tendas. Assim como na época de Abraão, os beduínos habitam em tendas, as quais são levadas por eles pelo deserto. Os beduínos são nômades, ou seja, vivem se deslocando, exatamente como fazia a maioria das famílias na época de Gênesis. O principal motivo para viverem se deslocando era a necessidade de achar comida, principalmente em regiões áridas, onde é mais raro o cultivo de alimentos e a criação de animais é mais complicada. Compreendendo esta necessidade, podemos compreender melhor como era difícil estar sempre mudando, principalmente sem rumo certo, como fizeram Moisés e os hebreus ao saírem do Egito. Sair vagando pelo deserto, sem um objetivo, era praticamente um suicídio, pois as chances de se perderem, ou acabarem em um lugar sem recursos era muito grande.

  • Normalmente, as tendas eram feitas de pele de cabra.

As tendas não eram espaçosas e possuíam alguns objetos bem característicos, como pedras quentes para aquecer o ambiente, e também os alimentos.

Odre 

Ao ler a bíblia, principalmente o Novo Testamento, você vai encontrar esta palavra diversas vezes, sempre associada ao armazenamento de líquidos. Por este motivo, a maioria das pessoas associa o odre com um jarro ou vasilha, mas na verdade, o odre era a pele de um animal dissecado. O processo era, mais ou menos, o seguinte: eles matavam um animal, tiravam sua cabeça e entranhas; depois, deixavam secando no sol. Quando a pele estava seca, eles amarravam as patas, para vedar o recipiente, e o pescoço ficava como sendo a “boca” do odre. No tempo de Abraão (e até nos tempos de Jesus), o odre era usado para guardar líquidos, por que nem sempre as vasilhas e jarros eram práticos, especialmente, em viagens e mudanças. O odre era a melhor opção para guardar líquidos de forma fácil de se carregar. Evidente, que os líquidos armazenados no odre possuíam um gosto forte, mas esta era a melhor forma de manter líquidos em temperaturas baixas.

Por que Jesus disse que não se coloca vinho novo em odre velho? No começo, este odre é bem flexível, pois é um couro novo. Com o tempo, o couro vai ficando ressecado e mais quebradiço. O vinho dentro do odre fermenta e expande um pouco o odre, por isso, se o odre estiver velho e quebradiço, a fermentação rompia o couro, e o vinho se derramava. Compreendendo isso, podemos ter uma visão mais amorosa e profunda do ensinamento de Jesus. Ele estava nos ensinando que não podemos colocar novos conhecimentos em uma mente mais “rígida”, precisamos ter a mente flexível como os odres novos. Colocar novas ideias em mentes rígidas podem causar um “rompimento” da mente, uma confusão de estereótipos.

Em Salmo 119:83, o escritor diz que “se assemelha ao odre da fumaça”. Você sabe o que é o odre da fumaça? Quando a pele do odre já estava velha e, portanto, quebradiça, já não servia mais para guardar bebidas que fermentassem, por isso, os odres eram abertos, recortados e colocados nas tendas, como se fossem remendos. Ao montarem uma fogueira dento das tendas, normalmente, as pessoas colocavam esta fogueira na direção do odre que estava remendado no “teto”, desta forma a fumaça ia direto para a parte mais velha, mais “sem importância” do teto da tenda. O odre da fumaça era, portanto, a parte mais inútil e desprezada das moradas do tempo de Abraão. Sabendo disso, vamos ver agora a profundidade deste versículo.

Pois estou como odre na fumaça; contudo não me esqueço dos teus estatutos. Salmos 119:83.

O escrito quis dizer que ainda que se sinta desprezado e inútil, não se esquecerá, não vai deixar de seguir, os mandamentos do Senhor.

Como podemos ver, compreender a história, arqueologia e antropologia nos ajuda a entender melhor a profundidade dos relatos bíblicos. Esperamos que este estudo bíblico sobre a vida nos tempos de Abraão enriqueça seus conhecimentos e lhe faça ver como o Senhor faz maravilhas nos mínimos detalhes.

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6 comentários sobre “Conhecendo o mundo na época de Abraão 

  1. Muito interessante o estudo. A arqueologia e a história são recursos esclarecedores que podem nortear nosso entendimento e trazer à luz uma noção real dos fatos da bíblia. É como se pudéssemos voltar no tempo e reviver os tempos de Jesus…parabéns pelo tema exposto.Amei!!!!!

     
    1. Olá, Ricardo. Este termo é usado, normalmente, para indicar o espaço de tempo entre os últimos acontecimentos do Antigo Testamento e o nascimento de Jesus, ou os acontecimentos do Novo Testamento. O último grande profeta do Antigo Testamento foi Malaquias. Após este período de profecias de Malaquias, não surgiu nenhum outro grande profeta digno de ser incluído nas Escrituras Sagradas, até as pregações de João Batista.

       

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