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Análise de Cantares 7 – As virtudes da sulamita 

Análise de Cantares 7 – As virtudes da sulamita 

Neste estudo para casais, vamos analisar Cantares 7. Você já reparou nas virtudes da mulher sulamita? Quase todos, quando leem o livro de cantares de Salomão percebem apenas as qualidades físicas do casal, mas um estudo mais cuidadoso, levando em consideração a cultura judaica e a hermenêutica das Escrituras Sagradas, podemos descobrir algumas características positivas da mulher sulamita, que servem de exemplo para o casamento. 

Neste estudo para casais, vamos analisar cada versículo de Cantares 7 para descobrirmos como as virtudes da sulamita podem ser aplicadas em nosso relacionamento.  

O texto em questão é voltado às mulheres, portanto, se preferir, este estudo pode ser levado para uma reunião voltado às esposas. No próximo estudo, vamos analisar Cantares 6, que é um estudo mais voltado aos maridos. Assim, se você lidera o grupo de casais em sua igreja, você pode combinar os dois estudos para uma sequência que englobe as virtudes das esposas e dos maridos. 

Paz e conquista 

Uma curiosidade sobre Cantares 7 é que a versão hebraica, na verdade, começa com o último versículo do capítulo 6, pois os judeus entendem que este trecho é o que abre um novo discurso sobre o relacionamento entre o rei e a sulamita. A tradução mais próxima do original é a da Almeida Corrigida e atualizada. 

Volta, volta, ó sulamita, volta, volta, para que nós te contemplemos. Por que quereis contemplar a sulamita na dança de Maanaim? Cânticos 6:13 

A dança mencionada aqui é a dança dos soldados em um acampamento de guerra, normalmente, realizada em dias de paz e de conquista. Neste trecho o autor está querendo nos dizer que quando a sulamita chega há alegria, pois ele (o rei) a recebe como quem recebe a notícia de uma conquista ou a notícia de que há paz.  

A primeira característica que vou destacar neste estudo de Cantares 7 é precisamos ser esta pessoa que leva paz e alegria ao nosso cônjuge. A sulamita representa a esposa que chega trazendo motivos de alegria. O marido deve sentir paz e a sensação de conquista quando está com sua esposa. 

Os passos da sulamita 

No começo, efetivo, de Cantares 7, lemos sobre os passos da sulamita. A figura de linguagem usada aqui representa, no judaísmo, a generosidade. 

Que formosos são os teus passos dados de sandálias, ó filha do príncipe! Os meneios dos teus quadris são como colares trabalhados por mãos de artista. Cânticos 7:1 

O autor observa, neste trecho, que ele reconhece os passos da sulamita como passos agradáveis e generosos. A generosidade é outra virtude que as esposas devem aprender com a sulamita. A comparação dos quadris com colares trabalhados não são uma conotação à sua beleza apenas, mas revela seu cuidado com o que faz. 

Na tradição rabínica, este versículo implica que a sulamita toma decisões preparadas. Assim como o artista prepara uma joia, ela prepara seus caminhos, seus passos.  

Aqui, podemos aprender que a esposa não pode ser alguém que simplesmente sai de casa sempre e deixa seu marido por qualquer motivo. A esposa precisa planejar bem seus passos, seu caminho para que seja admirado por seu marido. 

Umbigo e ventre 

Para nós, hoje, na cultura ocidental, Cantares 7:2 parece estranho, mas conhecendo os ensinamentos judaicos da época e de hoje, podemos entender que autor elogia os feitos da sulamita. 

O teu umbigo é taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre é monte de trigo, cercado de lírios. Cânticos 7:2 

A taça de vinho representa tempos de alegria e satisfação. A comparação do ventre com o monte de trigo cercado de lírios representa preparação, cuidado, assim como o vinho e o trigo precisam de tempo para serem colhidos, exigindo preparo do solo, cultivo e dedicação, a sulamita tem virtudes de fazer tudo com dedicação e cuidado. 

A esposa que deseja manter seu casamento abençoado precisa ser uma mulher dedicada e que tenha o prazer em fazer seus afazer com cuidado e empenho. 

O corpo da sulamita 

Na sequência de Cantares 7, lemos sobre os seios da sulamita. Os seios representam a feminilidade dela. O autor não está elogiando fisicamente os seios dela, mas ressaltando sua feminilidade, sua identidade como mulher, como alguém que complementa o homem e que traz para sua casa as virtudes e qualidades que um lar completo só pode ter quando a feminilidade é aplicada. 

Os teus dois seios, como duas crias, gêmeas de uma gazela. O teu pescoço, como torre de marfim; os teus olhos são as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua cabeça é como o monte Carmelo, a tua cabeleira, como a púrpura; um rei está preso nas tuas tranças. Cânticos 7:3 a 5 

Na sequência, os termos utilizados são para reforçar que a sulamita se destaca de todas as outras mulheres. A estatura, as piscinas e a torre demonstram que ela se sobressai sobre as demais. É evidente que ao mencionar o nariz dela, o autor não está querendo ressaltar o tamanho do nariz, mas deseja ressaltar seu caráter. No judaísmo, a fragrância tem relação com o caráter.  

Quando somos comparados com o bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2:15), Paulo está destacando nosso caráter. Destacar o nariz da sulamita é a forma poética de destacar a conduta, o caráter da sulamita. 

A cabeça da sulamita 

Ao destacar a cabeça, como púrpura, ao contrário do que a maioria interpreta, não significa que a cor do cabelo dela era vermelho. O cabelo representa a glória da mulher (1 Coríntios 11:15), por isso, ao mencionar os cabelos da sulamita, o poeta quer destacar sua conduta exemplar.  

Na literatura judaica, e na Bíblia, a púrpura sempre está associada ao rei, à família real. Ao juntar o cabelo e a virtude de realeza, o autor ressalta a qualidade de lealdade, não apenas em relação à fidelidade, mas sua conduta rara, diferenciada. Assim como é raro vermos um rei, o comportamento de lealdade da sulamita é rara. 

Seus lábios 

Depois de ressaltar, mais uma vez, como é comum na literatura judaica, as qualidades da sulamita, o rei fala de seus lábios. 

Os teus beijos são como o bom vinho, vinho que se escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes. Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. Cânticos 7:9,10 

No versículo 9, Salomão destaca o amor e a paixão da sulamita. Em seguida ele menciona a cumplicidade do casal. Neste trecho, o autor quer nos mostrar que a mulher tem influência sobre o homem. Ele se alegra com seu vinho e sente saudades da sulamita porque deseja sua companhia e esse desejo ocorre porque ela tem influência sobre sua conduta. 

A esposa precisa ser uma influência positiva para seu marido. Incentivando-o a ir à igreja, a trabalhar e a cuidar de seu lar. A esposa precisa influenciar seu marido a tomar boas decisões e isso se faz com alegria e paixão, por isso fala-se do bom vinho neste trecho. 

Humildade 

Em seguida, a sulamita fala em campos e aldeias. Aqui, ela deveria citar palácios e quartos, pois trata-se de um relacionamento com o rei de Israel. No entanto, ela prefere ir a locais simples. 

Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos cedo de manhã para ir às vinhas; vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; dar-te-ei ali o meu amor. Cânticos 7:11,12 

Assim como lemos em Cantares 7, a boa esposa deve manter a humildade de sua personalidade. Não é raro conhecermos casais que geram problemas por causa da altivez e do orgulho, muitas vezes, originado pela vaidade. A humildade da mulher é o que vai manter o relacionamento longe de intrigas e confusões com outras pessoas. 

Mandrágoras 

Embora nem os judeus saibam ao certo o que são as mandrágoras, os rabinos associam essa fruta com intimidade e com posteridade, herança para a próxima geração, pois a mandrágora também é relatada em Gênesis, quando Raquel e Lia falam sobre seus filhos. Aqui em Cantares 7, as mandrágoras também estão associadas aos frutos. 

As mandrágoras exalam o seu perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu tos reservei, ó meu amado. Cânticos 7:13 

Este trecho termina com uma alusão à próxima geração. A sulamita e o rei possuem virtudes que são ensinadas à próxima geração. O amor dos dois não se resume à paixão do casal, mas se concretiza no desejo de que a próxima geração continue seus caminhos. 

Vamos concluir este estudo de Cantares 7 analisando a preocupação da sulamita em reservar seu amor ao rei, seu amado. A esposa precisa reservar seu amor e dedicação ao seu marido. Nos dias atuais, muitas mulheres preferem dar o seu melhor para o trabalho, parentes e se esquecem de oferecer o melhor ao seu próprio marido. 

Veja quantas coisas aprendemos com uma leitura mais cuidadosa de Cantares 7. Se você é líder de casais, pode até dividir esse estudo em duas partes. Cada uma dessas virtudes pode ser associada com outros personagens bíblicos e exemplos pessoais. 

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Dica de materiais de estudo bíblico 

Para realizar estudos bíblicos como este, de Cantares 7, existem ótimos livros que eu gostaria de indicar. Um deles é o comentário Bíblico de Cantares, de Israel Belo de Azevedo. 

Um clássico de teologia é o estudo de Eclesiastes e Cantares, de G. Lloyd.  

Se você é líder de casais, então, você tem que adquirir o único livro sobre liderança de casais que existe no mercado, o Manual do líder da Equipe de Casais, disponível em várias lojas e formatos. 

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