Estudo bíblico de Atos 24

Em Atos 24 lemos uma discussão entre Paulo e seus acusadores. É um excelente texto para estudarmos e aprender um pouco de teologia, com o próprio apóstolo. O livro de Atos foi escrito por Lucas, segundo estudiosos, e relata o surgimento do cristianismo como uma nova fé. A igreja primitiva viveu momentos de perseguições e a fé cristã esteve, diversas vezes, ameaçada. Um estudo bíblico de Atos nos mostra como os sacerdotes judeus tentavam repreender os líderes da igreja primitiva, em especial Paulo e Pedro. 

No capítulo 24, do livro de Atos dos Apóstolos, lemos que, mais uma vez, o sumo sacerdote Ananias acusa Paulo de sedição. Assim como fizeram com o próprio Cristo. O nome Tértulo era romano e provavelmente esta pessoa era um advogado contratado em Cesaréia pelos judeus, para defender a causa deles. 

Percebam nos versículos 2 e 3 que os acusadores bajulam o governador na tentativa de persuadi-lo a tomar uma decisão contra Paulo. Uma curiosidade bíblica é que os acusadores chamam os cristãos de nazarenos, como se pode ver no versículo 5. Chamar alguém de nazareno era menosprezá-lo. Isso pode ser confirmado ao lermos João 1:46, quando dizem “e pode sair alguma coisa boa de Nazaré?”.  

Ainda no versículo 5, podemos perceber que acusam Paulo de tentar uma revolta a nível global. Conforme os principais estudos bíblicos, esta foi uma tentativa de levar a causa para Roma, onde dificilmente Paulo seria absolvido e as decisões seriam mais severas. Tértulo aumentou o volume das acusações contra Paulo, e tornou o caso mais delicado do ponto de vista romano, acusando Paulo de ser um revolucionário.  

Outra curiosidade bíblica em Atos é que os versículos 6, 7 e a primeira frase do versículo 8 são omitidos no mais proeminente texto crítico moderno das Sociedades Bíblicas Unidas, sobre o Novo Testamento Grego. 

Em Atos 24:8 lemos o argumento de Tértulode que Lisías teria recorrido à certo abuso de autoridade para retirar Paulo do julgamento pelas autoridades judaicas responsáveis sobre a questão da profanação do templo. 

No versículo onze, ao mencionar que estava apenas a doze dia por ali, cinco em Cesaréia e sete em Jerusalém, Paulo deixa claro que estava a pouco tempo por ali, e não conseguiria iniciar uma rebelião nem mesmo se quisesse. 

No versículo 15, para explicar sua fé, Paulo menciona a crença de que justos e injustos serão ressuscitados no dia do juízo. 

No versículo 17, Paulo menciona que levava esmolas à sua nação. Ele fez isso como forma de agradecimento aos cristãos de Jerusalém, por parte dos gentios; como podemos ver em 1 Coríntios 16; 2 Coríntios 8 e Romanos 15. Esta é a única vez que o livro de Atos dos apóstolos menciona uma oferta dos gentios aos pobres de Jerusalém. 

No versículo 19 vemos a astúcia de Paulo, ao mencionar que os judeus da Ásia não estavam lá para testemunhar nada do que era acusado. Em seguida, em Atos 24:22, lemos que Paulo menciona Lisías para ressaltar que Lisías não estava em Cesaréia para o testemunho. 

No versículo seguinte, lemos que Paulo foi tratado com indulgência, ou seja, com certa liberdade e sob custódia militar. 

Uma curiosidade bíblica é que Félix havia se casado com Drusila, retirando-a de seu primeiro marido, e era corrupto (como podemos comprovar no versículo 26), por isso, ficou temeroso ao ser questionado sobre sua moral. 

Pórcio Festo sucedeu Félix por volta de 58 dC. O versículo 27 nos traz a rotina romana que só um magistrado podia convocar julgamento de alguns casos, o que tornavam os casos demasiadamente longos, como o de Paulo. 

Para complementar seu estudo de Atos 24, leia também:

• Estudo de Atos 23
• Estudo bíblico de Atos 25
• Estudo de Atos 26
• Análise bíblica de Atos 22
• Estudo do livro de Atos
• Introdução ao livro de Atos dos apóstolos
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