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Não ameis o mundo – Como lidar com a cultura moderna?

Não ameis o mundo – Como lidar com a cultura moderna?

Como o cristão deve convier com a cultura moderna? Devemos rejeitar tudo, aceitar tudo, aceitar algumas coisas? No livro de João, lemos “não ameis o mundo”, mas como podemos praticar isso e levar nossa família a não amar o mundo? Neste texto vamos analisar o que a Bíblia orienta sobre a cultura secular e como o cristão pode lidar com os costumes ao redor. Se você não quer que sua família se encante pelo mundo a ponto de se perder na fé, este texto vai te dar uma boa base para refletir sobre o assunto para que você possa tirar suas próprias conclusões sobre o mundo o qual pertencemos. 

Vamos tomar como base para esta reflexão os estudos de Bruce Riley Ashford, que sintetiza o relacionamento com a cultura secular em três maneiras. Primeiro ele analisa os cristãos que se posicionam radicalmente contra a cultura a qual estão inseridos. Depois, ele avalia os cristãos que aceitam tudo o que a cultura oferece. Por fim, ele menciona a relação “in and for”, ou seja o cristão inserido na cultura e como participar da cultura ao redor.  

Em 1 João 2:15, lemos a orientação do autor – Não ameis o mundo: 

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 1 João 2:15 

O que será que significa “não ameis o mundo” neste contexto. Será que conseguimos nos manter alheio aos costumes cultura da sociedade moderna; e será que precisamos mesmo nos isolar de tudo e todos que não são cristãos? 

Contra a cultura 

Primeiro, vamos analisar se podemos nos abster de toda forma de cultura moderna. Na verdade, é até difícil definir o que seria a cultura moderna. Televisão, ter tatuagem ou piercing, internet, música, roupas, uso de tecnologias. Será que conseguimos ser objetivos aos definir o que é a cultura moderna? Vamos considerar todo tipo de comportamento moderno como sendo essa “cultura”. Será que o cristão pode viver sem ver filmes, navegar na internet, jogar vídeo games ou sem ouvir músicas seculares? Talvez seja possível sim, mas precisamos confessar que não é prático. Se Jesus vivesse nos dias de hoje, o que ele nos aconselharia? O que ele mesmo faria? Ele nunca iria ao teatro, ou ao cinema? Não podemos ser conclusivos, mas sabemos que Jesus era conhecedor da cultura a qual viveu. Lendo sobre as parábolas e suas frases, vemos ele utilizando figuras do dia a dia e exemplos práticos para ensinar sua palavra. 

Se não ameis o mundo significa não ver filmes, usar internet ou não ouvir músicas que não sejam cristãs, podemos imaginar que seria impraticável. Por isso, Jesus nos ensinou que não podemos ser alheios ao que nos cerca. 

Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. João 17:15,16 

Quando tentamos ser radicais, cortando tudo, corremos o risco de pensar que podemos “evitar o pecado” com isso. Na verdade, o pecado nos atrai a todo momento, conforme nossos próprios desejos. 

Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Tiago 1:14 

Independente da cultura a qual vivemos, seremos tentados. Na época de Jesus, não havia televisão, internet ou aplicativos, mas as pessoas eram tentadas. 

Nos posicionarmos contra a cultura não vai nos livrar do pecado. Para o  especialista Bruce Ashford, essa tentativa de “viver em uma bolha”, é parecida com um lutador de “Ultimate Fight”, que luta contra tudo e contra todos. Ao invés de adotar essa postura, ele recomenda que usemos a armadura de Cristo (Efésios 6), lutemos o bom combate da fé (1 Timóteo 6:12), resistamos ao diabo (Tiago 4:7) e lutemos contra tudo que se exalta acima de Cristo (2 Coríntios 10:4 e 5). 

Refletindo a cultura 

Outro tipo de relacionamento entre o cristão e a sociedade é aceitar tudo o que a cultura propõe. Neste caso, os perigos são mais claros. Podemos profanar o templo, na ansiedade de abraçar a todos e a tudo. Muitos líderes cristãos não querem ser vistos como “quadrados”, radicais ou conservadores e começam a adotar a postura de aceitarem tudo em suas comunidades. 

Neste caso, a orientação “Não ameis o mundo” não é levado ao pé da letra. Aliás, muitas vezes, nem é considerado como um “texto atual”; abrindo, assim, as portas para todo tipo de costume e comportamento. 

O problema observado por Ashford nesta postura é que muitas igrejas usam o discurso de quererem “atrair” todo mundo para a igreja, mas acabam baixando valores, abrindo espaço para práticas profanas dentro da própria igreja. Com medo de serem vistos como radicais, as igrejas passam a aceitar comportamentos sociais polêmicos como o homossexualismo, alcoolismo ou tabagismo, por exemplo, abrindo as portas para todo tipo de comportamento. 

As igrejas devem abrir as portas para todas as pessoas, mas com o objetivo de corrigir seus erros e falhas, que nos afastam de Cristo. Ao perdoar a mulher adúltera, Jesus disse “vá e não peque mais”, ele não disse “vá e continue adulterando”. Jesus não a condenou porque sabia que era possível o arrependimento. Não podemos condenar pessoas, mas devemos alertá-las de seus pecados. Aceitar todo tipo de pecado na igreja é o maior perigo de aceitar, e abraçar, a cultura moderna. 

Quando João disse “não ameis o mundo”, ele estava nos orientando a não nos apegarmos ao que o mundo nos oferece, como lazer, satisfação, entre outros prazeres da carne. 

Cristão na cultura e pela cultura 

Ashford salienta que o cristão deve ser um influenciador da cultura. Refltindo Cristo, podemos servir de exemplo para quem está dominado pela cultura secular. 

De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. 2 Coríntios 5:20 

Se lidamos com jovens, por exemplo, podemos conhecer que músicas ouvem, que filmes assistem, quais são seus seriados e sites favoritos, por exemplo, para que possamos pensar como podemos atraí-los para Cristo.  

Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. 1 Tessalonicenses 5:21,22 

Não devemos aceitar ou nos apegarmos à cultura, mas podemos compreendê-la para que possamos deixar brilhar a luz de Cristo. 

Quando refletir na frase “não ameis o mundo”, reflita nas coisas que você gosta, no seu lazer e em quanto isso tem importância em sua vida. Você pode gostar de futebol, por exemplo, mas não a ponto de deixar de ir para a igreja para ver um jogo. Se você é um amante do futebol, por exemplo, será que conseguiria ficar sem assistir a uma Copa do Mundo, ou este evento está acima de sua capacidade de domínio próprio? Se você gosta de música, será que consegue não ouvir música secular por um ano, por exemplo, ou isso está acima de seu domínio próprio? Pense em coisas que te dão muito prazer e se estas coisas não ocupam um lugar demasiado “grande em seu coração”.  

Você pode gostar de filmes ou seriados, mas observe, por exemplo, o quanto essas coisas edificam sua vida. Duas horas vendo um filme vão te edificar mais que ler por duas horas? Ainda que não seja um livro cristão, mas um livro de história, ortografia ou profissional, por exemplo. 

Não ameis o mundo significa dominar nossos gostos e nossos prazeres. Se a cultura moderna te apresenta elementos que você “não consegue viver sem”, ou que você reluta em reconhecer como “contrários aos ensinamentos bíblicos”, reflita, ore e peça para que o Espírito Santo te ajude a não ser seduzido pelo mundo, por seu brilho e que seu comportamento não comprometa sua comunhão com o Eterno. 

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